Influência de clássicos absolutos da ficção científica distópica como 1984 (George Orwell), Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley), Fahrenheit 451 (Ray Bradbury) e Laranja Mecânica (Anthony Burgess), Nós, obra do russo Ievguêni Zamiátin de 1923, será publicada em março no Brasil pela Aleph.
Em parte baseada nas experiências do autor com a Revolução Russa (1917), em parte uma crítica aos aspectos totalitários e indutores de conformismo da, então, florescente sociedade industrial, Nós descreve um Estado em que o livre-arbítrio é visto como causa da infelicidade. Assim, a vida dos cidadãos deve ser controlada em todos os seus aspectos e com precisão matemática, um inferno distópico semelhante ao apresentado por Orwell em seu 1984.
Aliás, o Big Brother descrito no livro do escritor inglês – o Estado onipresente que utiliza diversos sistemas de vigilância para acompanhar os movimentos e ações da população -, também parece ter sido influenciado por Zamiátin, que apresenta em Nós uma sociedade com moradias de vidro e outros materiais transparentes que permitem que todos sejam vigiados a todo o momento.
Por satirizar e criticar o pretendido igualitarismo e o autoritarismo da extinta União Soviética, Nós foi proibido no país.