Prolífico talvez não seja suficiente para descrever Rubem Braga, escritor e jornalista capixaba falecido em 1990 e que, em 62 anos de atividade profissional, alcançou a impressionante marca de 15 mil textos.
Escrevendo sempre para jornais, deixou obra extensa de crônicas, esse gênero tão propício a ser separado por assuntos. Foi o que fez a Editora Autêntica, que lança agora a caixa ‘Rubem Braga – Crônicas’, que reúne três publicações, cada uma sobre um assunto: arte e artistas, organizada por André Seffrin, crítico literário e ensaísta; música, por Carlos Didier, musicólogo, violonista, compositor brasileiro, biógrafo de Noel Rosa e de Orestes Barbosa; e política brasileira, por Bernardo Buarque de Hollanda, historiador.
Cada edição traz cerca de 100 crônicas, inéditas em livro, além de posfácios escritos pelos organizadores, com comentários sobre a vida e a obra do escritor capixaba, e textos de orelhas de Miguel Sanches Neto (artes plásticas), Milton Hatoum (política) e Aldir Blanc (música).
Mesmo com o preço salgado (na Amazon está cerca de R$ 100), a edição vale a pena já que Braga é considerado por muitos o maior cronista brasileiro, tendo redimensionado o lugar literário do gênero no país.