Leitores saudosos da escrita fervorosa e de tirar o fôlego do autor de O jogo da amarelinha, Julio Cortázar, podem começar a comemorar. Em 2019, no aniversário de 105 anos de seu nascimento, e 35 anos após sua morte, o argentino passará a ser publicado pela Companhia das Letras.
Com cadeira cativa entre os mais inventivos escritores do século XX, o argentino Julio Cortázar (1914-1984) deixou sua marca inconfundível na literatura latino-americana já em seu livro de estreia, Bestiário. Ao ler o primeiro conto do volume, A casa tomada, o leitor se sente também ele tomado pela escrita do autor. Essa sensação permanece nas releituras de sua complexa obra, sempre cheia de novos significados.
É esse autor apaixonante que está de casa nova no Brasil. O argentino passará a ser publicado pela Companhia das Letras a partir de 2019, quando se completará 105 anos de seu nascimento e 35 anos de sua morte.
A coleção Julio Cortázar começará com a publicação, inédita no Brasil, de uma reunião de todos os contos do escritor argentino em dois tomos.
Depois, como informa a Companhia, serão lançadas novas edições de O jogo da amarelinha (1963), Bestiário (1951), Final de jogo (1956), As armas secretas (1959), Todos os fogos o fogo (1966), Octaedro (1974), Queremos tanto a Glenda (1980), História de Cronópios e Famas (1962), Um tal Lucas (1979), Os autonautas da cosmopista (1983), Os prêmios (1960), 62 modelo para armar (1968), Divertimento (1949), O exame (1950), A volta ao dia em oitenta mundos (1967), Último round (1969), O discurso do urso (1952) e a versão ilustrada por José Muñoz do conto O perseguidor.
Os livros terão capas feitas especialmente para as edições brasileiras pelo artista norte-americano Richard McGuire – capista da revista The New Yorker e autor de um dos mais cultuados romances gráficos de todos os tempos, Aqui, que, assim como O jogo da amarelinha, propõe uma abordagem original e não-linear do tempo narrativo.
Para Emilio Fraia, editor da Companhia, Cortázar passa por um momento de redescoberta. “Ele começa a ser lido de um jeito novo, menos automático e reverente”, diz. “Às vezes é preciso que surja uma nova geração de leitores para enxergar um escritor com certa distância. É o que vamos ter a oportunidade de fazer agora com Cortázar”.