As críticas a Esquadrão Suicida vêm sendo implacáveis. Um crítico no Brasil usou de apenas uma palavra para descrever o filme: “uma bosxx!”. Mas uma pessoa, ao menos, apreciou, com ressalvas, o esforço de David Ayer e sua trupe de atores: John Ostrander, o criador do grupo de vilões nos quadrinhos.
“Eu realmente gostei do filme. Não é inteiramente perfeito, mas é realmente um tempo agradável que se passa no cinema. Para mim, boa parte dele é fantástica. O olhar, o detalhe, a sensação é de que o filme não é algo que eu já tenha visto em filmes de super-heróis antes.”
O autor apontou alguns dos pontos positivos do longa.
“As atuações foram o diferencial para mim, começando pela Viola Davis como Amanda Waller. Todos os outros personagens, tanto nos quadrinhos quanto no filme, foram criados por outros. Nos quadrinhos, especialmente, procurei os redefinir e expandir, mas eram personagens estabelecidos. Amanda Waller é minha criação e Viola Davis a encarna com perfeição. Eu fiquei feliz quando ela foi anunciada, fiquei muito feliz quando a vi nos trailers, e estava em êxtase quando a vi no filme. Davis tem a voz de Amanda, seu olhar, e sua atitude. Fiquei encantado quando tive a chance de vê-la cara a cara e dizer o quanto gostava de sua performance. Em seguida temos Margot Robbie como Harley Quinn. Ela é sexy, inocente, engraçada, letal, louca e perigosa. E ela é uma ladra, que sempre rouba a cena.”
Mas e os pontos negativos do filme para Ostrander?

“Há problemas com o filme? Com certeza. O(s) antagonista(s) não é (são) bem definido(s) e, na minha mente, você precisa de um bom antagonista para ajudar a definir o(s) protagonista(s). É o antagonista que normalmente determina o desenvolvimento da trama e isso é definido pelo que eles desejam. A história do filme é um pouco mais genérica de “nós temos que salvar o mundo” do que eu normalmente fazia. Sempre preferi ter um pé fincado diretamente na realidade.
Eu também gostava de ter uma abordagem política e/ou social em minhas histórias do Esquadrão. Isso dava uma maior sensação de realidade e não vejo isso no filme.”
E sobre os críticos, o que acha o criador do Esquadrão?
“Minha falecida esposa, Kim Yale, foi crítica de cinema por um tempo para um pequeno jornal suburbano na área de Chicago e fui com ela a algumas sessões de cinema. Não me diga que críticos não têm atitudes pré-concebidas a respeito de filmes. Eu sei melhor que você. Vi e ouvi isso.
Quanto a alguns dos haters online, se um filme não se encaixa em sua noção pré-concebida, ele está errado. Ghostbusters com mulheres, um Pistoleiro negro, Ben Affleck como Batman (Affleck, por sinal, faz participações especiais tanto como Batman quanto como Bruce Wayne no Esquadrão Suicida e é ótimo) – para eles isso tudo é pecado e deve ser denunciado.”
“Give me a fucking break”, completa, mas isso não vamos traduzir.
Duas coisas:
1 Lemos desde criança e adoramos o Esquadrão de Ostrander.
2 Concordamos com tudo que ele afirma sobre o filme, tanto as partes favoráveis quanto as desfavoráveis, e, particularmente, sobre as idiossincrasias da crítica especializada e dos haters.