A Flip e a eternidade de Ana C.

11 de abril de 2016

Ana C

Marcado para acontecer de 29 de junho a 3 de julho, em Paraty (RJ), evento este ano vai homenagear a poeta Ana Cristina César.

Pela segunda vez, a Flip – Festa Literária Internacional de Paraty homenageia uma mulher. Depois de Clarice Lispector (2006), agora é a vez da poeta carioca Ana Cristina César, voz de estilo singular na poesia contemporânea brasileira, porém nem sempre reconhecida.

Criadora de uma escrita pulsante, Ana C., como às vezes assinava, tem uma obra que transcende a nomenclatura da Poesia Marginal à medida que dialoga (e estimula) um universo diversificado de leitores. Se seus versos atraem as novas gerações numa empatia imediata à primeira leitura, também não faltam trabalhos acadêmicos dedicados à escritora falecida em 1983.

O interesse tão grande por essa literatura que cria e desperta sentidos não causa surpresa quando nos aventuramos por uma tessitura poética erguida nas “imediações construídas pelos furações”, reverenciando um dos versos famosos de Ana C.

Em sua obra, introspecção e tom confessional ganham expressão numa linguagem límpida e ao mesmo tempo convidativa, com a leveza e despretensão de alguém que certa vez escreveu: “Tenho uma folha branca/e limpa à minha espera:/mudo convite//tenho uma cama branca/e limpa à minha espera:/mudo convite//tenho uma vida branca/e limpa à minha espera.”

Assim como o poema remete a um universo ainda a ser desbravado, a obra de Ana Cristina Cesar sugere uma rota parecida. Se ainda jovem a poeta pôs um ponto final à sua vida (suicidou-se quando contava 31 anos apenas), o interesse do público mostra que sua poesia está longe de ter um ponto final.

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