O selo Rebirth tem permitido à DC desfazer algumas das grandes burradas do período Novos 52, quando toda a linha de super-heróis da editora passou por reformulação e pretensas ‘modernizações’. Durante essa fase, que tem alguns acertos, mas grandes equívocos, uma das vítimas de escritores pouco inspirados foi o Exterminador, personagem que nasceu como vilão dos Novos Titãs e que durante essa reformulação editorial, que terminou agora, com o início de Rebirth, chegou a rejuvenescer (!) e a deixar de ser caolho. Pior do que isso, sua revista passou a ter um ‘q’ do estilo Image dos anos 1990: histórias ruins e aposta na arte, nos desenhistas, para segurar os leitores.
Também durante os Novos 52 boa parte da já rica história do personagem, criado por Marv Wolfman e George Pérez em 1980, foi deixada de lado.
Christopher Priest, o escritor que assumiu o supermercenário da DC agora, com o advento de Rebirth, e que tem passagens elogiadas por revistas como Pantera Negra, promete mudar essa situação.
Durante entrevista ao site Newsarama, Priest, além de afirmar que não conhecia bem a fase Novos 52 ao assumir o título, esclareceu que suas referências para o Exterminador estão, auspiciosamente, no passado do personagem, principalmente em Pérez e Wolfman.
Outra boa notícia é que um dos temas que o escritor pretende explorar na revista é a forma como a violência de uma vida de mercenário afeta Slade Wilson – o nome verdadeiro do Exterminador-, e, principalmente, sua família. “Algo como Os Sopranos com supervilões”, define o escritor, se referindo à premiada série da HBO que retratava uma disfuncional família (nos dois sentidos) de mafiosos de Nova Jersey. Muito pretensioso para uma revista em quadrinhos? É ler e comprovar.
Ainda segundo o autor, que vai trabalhar com os artistas Carlo Pagulayan, Igor Vitorino e Felipe Watanabe na revista quinzenal, apesar de tentar honrar o trabalho executado por outros escritores, haverá mudanças na continuidade, inclusive trazendo de volta filhos – Grant, Jericó e Rose, esta última de forma mais constante – e outros coadjuvantes ligados ao personagem no passado.
“(A revista) Exterminador, na minha opinião, é um drama familiar. É como os Sopranos com supervilões. Slade é o patriarca da família, que ganha a vida correndo pelo mundo e batendo nas pessoas. Então, ele tem essa ocupação moralmente ambígua e não se importa de usar as pessoas, incluindo seus próprios filhos, para alcançar algum objetivo. Então, é realmente sobre essa família disfuncional, incluindo Wintergreen, que é uma espécie de, você sabe, o tio maluco”, disse, sobre o auxiliar do mercenário.
É esperar e ver se essa versão do personagem vai vingar. Pelo menos algum esforço para desenvolver uma narrativa haverá, o que é sempre boa notícia.