Com a entrada da produção de Saint-Exupéry em domínio público a partir de 2015, já era de se esperar que o clássico O pequeno príncipe começasse a receber novas edições a partir do começo do ano. Entre as editoras que largaram na frente, a Geração Editorial traz uma versão especial que todo colecionador vai fazer questão de ter em sua estante e que, fora dela, promete fazer mais sucesso ainda.
Com tradução de Frei Betto e enriquecida com apêndice sobre a vida e a obra do autor, essa edição de luxo de O pequeno príncipe é um convite à leitura da primeira à última página. Tudo bem que o texto de Exupéry se vende por si só, até quem nunca leu o livro já se deparou – e se sensibilizou, claro – com frases célebres como “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” ou “o essencial é invisível aos olhos”. Mas nesse caso, um aspecto em especial veio a enriquecer ainda mais aquela que chegou a ser apontada por Heidegger como a maior obra existencialista do século XX: o primoroso projeto gráfico de Alan Maia.
Ao longo das 129 páginas do romance (sem contar o apêndice), o texto sensível, comovente, algumas vezes até triste e de longe (bem de longe mesmo) infantil surge aos olhos do leitor com uma nova roupagem. Como se fosse possível, a edição de luxo da Geração Editorial deu mais ênfase ainda à beleza das ilustrações feitas pelo próprio Exupéry. Diagramação, variações de tipos e tamanhos das fontes, cores e texturas. Cada detalhe do projeto gráfico de O pequeno príncipe é uma experiência dos sentidos; experiência esta essencial para aquele que procura encontrar na voz de um menino singelo e frágil, que diz ter vindo de um pequeno planeta distante, o verdadeiro sentido da vida.