Obra de J. M. Coetzee reconta clássico, agora protagonizado por uma mulher.
A história do náufrago que passou 28 anos numa remota ilha deserta onde aprende as artes da sobrevivência é o ponto de partida de “Foe”, romance do Nobel de Literatura, J. M. Coetzee, inspirado no clássico de Daniel Dafoe, de 1719.
Se na história de Robinson Crusoé o mundo é permanentemente masculino, em ”Foe” se conta a história de uma mulher, Susan Barton, que se vê à deriva após o navio no qual viajava ser palco de um motim. Ao desembarcar numa ilha, ela encontra abrigo ao lado de seus únicos habitantes, Cruso e seu escravo Sexta-Feira.
Sujeito irascível, preguiçoso e autoritário, Cruso perdera o interesse em sair de lá; quando depois de um ano os três são resgatados, ele morre, literalmente, de saudade da ilha. O restante do livro gira em torno dos personagens Susan e Sexta-Feira e o esforço para convencer o famoso escritor Daniel Foe (aqui a referência ao autor obviamente não é mera coincidência) a escrever sobre a aventura vivida por ela.
Numa espécie de ficção psicológica, “Foe” resgata a questão da escrita e da arte de contar histórias, trazendo à tona o ponto de vista feminino, inversões de foco-narrativo e os poderes e limitações das expressões verbais e não verbais.
No Brasil, Foe foi editado pela Companhia das Letras.
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Parabéns, pelo Blog! Ótimo nível.
Obrigado!