Quem gosta do psicodelismo criativo dos quadrinhos de Grant Morrison, repletos de referências às artes gráficas, à literatura e ao mundo pop, tem boas opções nas bancas. E, o que é melhor, de algumas das melhores fases do escritor.
O terceiro e último encadernado das memoráveis histórias que o autor escocês escreveu com o Homem-Animal, publicadas originalmente entre 1989 e 1990, é uma ótima pedida.
Em ‘Homem-Animal: Deus Ex Machina’, temos a conclusão do que era apenas insinuado nas histórias pregressas, um encontro entre o super-herói com poderes animais e o próprio Morrison. Ao seu criador, o personagem tem muitas perguntas, e pode não gostar das respostas.
Se discussões sobre o que é arte e a quem se destina estão presentes no encadernado, elas não se sobressaem à história, à ação, como acontece, infelizmente, com alguns trabalhos mais recentes do escritor.
Uma atração a mais na coletânea são as capas originais de Brian Bolland, verdadeiras obras de arte.
Patrulha do Destino, Os Heróis Mais Estranhos do Mundo
Outra ótima opção é o segundo encadernado das histórias da Patrulha do Destino escritas por Morrison mais ou menos no mesmo período, entre 1989 e 1990, e que estavam, aliás, inéditas no Brasil.
Dessa vez, o grupo de super-heróis mais estranho do universo DC – formado por, entre outros, Crazy Jane, que convive com mais de 60 personalidades diferentes em sua mente, e Homem-Robô, um cérebro envolto em um corpo metálico – terá que enfrentar a Irmandade do Dadá (sim, uma referência ao movimento vanguardista de arte do começo do século XX), que prendeu Paris em um quadro, e a Seita do Livro Inescrito, que quer liberar o Descriador, um tipo de antideus.
Apesar de toda essa loucura, ou em função dela, o encadernado é divertido e pode ser apreciado mesmo por quem perde as inúmeras referências que Morrison espalha pelos quadrinhos.
Bolland também é responsável pela capa da coletânea.
Os dois encadernados são publicados pela Panini.